quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

IN MEMORIAM

José Carreto Lages


E se queres saber se doeu
eu dir-te-ei: Manuel, doeu.
Não te deram  tempo nem ocasião
para a despedida que tu merecias.
A eternidade, talvez, para cumprir profecias
te levou. Mas tão formal, sem uma razão?                     
Sem  dos teus amigos um adeus
que os conformasse de arrelias
e evitasse fazer aos céus
justificada reclamação?
Se me perguntarem se a eternidade
foi justa contigo. Eu direi que não.
Que é da liberdade
de cada um viver e ter o que é seu?
Se partiste por tua vontade
E se queres saber se doeu,
eu dir-te-ei: Manuel, doeu.


José Carreto Lages ©2015,Aveiro,Portugal

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