quarta-feira, 13 de julho de 2016

O Credo

©Vitor Sousa 



Creio o credo que há em mim.
Na morte do um deus sem fim.
Na blasfémia.
No tormento.
No lucifer do momento
Em sítios de assombramento.
Quero crer que haja esperança
Entre as mortes de uma vida
Rasgada, biltre, perdida.
Creio nas ânsias da guerra
Nascidas da inquietação
Do comércio da razão.
Por um punhado de terra.
Por um punhado de deus,
Entre crentes e ateus
Há um mar de afogamento
De cadáveres ao relento.
De crianças que não choram.
Entre as mortes de uma vida
Rasgada, biltre, perdida.
Tragam o sangue inocente
Desta justiça demente
Onde uma mão suja a outra.
Este abismo bolorento,
Vestido das cores do pranto.
Disfarce de raiva leda,
Mascarada de beleza
E cores fortes de alegria.
Entre as mortes de uma vida
Rasgada, biltre, perdida.
Creio o ódio e a vaidade.
Orgulho, horror, vingança.
Na loucura da verdade.
No apogeu da descrença.
Entre as mortes de uma vida
Quero crer que haja esperança…

Vitor Sousa ©2016,Aveiro,Portugal

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